Seja por vaidade ou mesmo pelo desconforto de ter que depender de um objeto para enxergar melhor, a maioria das pessoas que usam óculos sonham em se livrar do acessório, que muitas vezes acaba sendo perdido ou quebrado pelos seus proprietários. “As pessoas tentam ser livres, independentes e os óculos, que são necessários em muitos casos, causam dependência. Porém, com os avanços da tecnologia é possível, em muitos casos, livrar-se dessa dependência”, explica o oftalmologista Guilherme Kiill Junior.
Entre as pessoas que menos gostam de usar óculos, o destaque são as mulheres acima de 40 anos. Após essa idade elas começam a ter dificuldade para a leitura, o que traz a necessidade do acessório e, por serem vaidosas, não gostam de demonstrar que já estão nessa fase da vida.
De acordo com o oftalmologista, com as tecnologias atuais, a maioria das pessoas podem se livrar dos óculos. “Os vícios de refração como miopia (dificuldade em enxerga longe), astigmatismo (visão distorcida das imagens), hipermetropia (dificuldade em enxerga perto) e presbiopia (conhecida como vista cansada), podem ser corrigidos através de várias técnicas cirúrgicas e lentes de contato. Claro que o bom senso e a prudência são elementos a serem levados em conta, e cada caso deve ser analisado individualmente”, aconselha.
As cirurgias refrativas de córnea, que corrigem os vários problemas de visão, e livra as pessoas dos óculos, são contraindicadas em pacientes com olho seco e ectasias corneanas (ceratocone). As cirurgias de cristalino devem ser feitas quando os mesmos perderem suas funções acomodativas e a transparência. Quanto às lentes de contatos, somente não são indicadas para pessoas que não sejam responsáveis pelos cuidados das mesmas ou se tiverem algum tipo de rejeição. Os implantes de lentes em pacientes fácicos (catarata) devem ser feitos após a avaliação de contagem de células da córnea e avaliação do cristalino.
Tratamento
Os nossos olhos têm duas lentes naturais que podem ser trabalhadas para corrigir os vícios de refração ou ametropia (erro de refração que faz perder a nitidez da imagem na retina). Uma delas é a córnea, que pode ser trabalhada dos 19 (se o grau estiver estabilizado) aos 40 anos, dependendo da ametropia e da córnea (sua espessura e curvatura). A outra é o cristalino, que pode ter a sua transparência alterada a partir dos 50 anos.
“Hoje, com a evolução da técnica facoemulsificação e das lentes intraoculares, quase todas as ametropias podem ser corrigidas. Claro que só intervimos se houver nesses cristalinos sinais de perda de transparência, isto verificado através de vários exames. Além de termos essas opções (cirúrgicas), existe um avanço significativo das lentes de contato, que podem ser uma alternativa aos que não querem mais óculos, além de ter a opção de mudar as cores, com lentes coloridas”, conclui Guilherme Kiill Junior.