Com a chegada da primavera, surgem as mudanças climáticas, que se aproximam das altas temperaturas esperadas para o fim de ano e o Verão. Junto a elas, aparecem também as alergias respiratórias, associadas à temperatura e à maior concentração de pólen, e que podem ser nocivas para quem tem determinadas doenças oculares, como a ceratocone, que atinge 100 mil brasileiros e é responsável por 70% dos transplantes de córnea no país.
De acordo com o oftalmologista do Cohr, Guilherme Kill, a coceira e a fricção frequente nos olhos, provocadas pela chamada síndrome dos olhos secos, colabora com o enfraquecimento das fibras de colágeno da córnea, prejudicando a visão de quem possui a doença. Para se prevenir, o médico recomenda melhorar a lubrificação dos olhos, seguindo as determinadas dicas:
- Usar lágrima artificial sem conservante;
- Incluir na dieta alimentos ricos em ômega 3 como sardinha e linhaça;
- Reforçar o consumo de legumes verduras e frutas ricos em vitamina A e E;
- Beber bastante água, manter os ambientes livres de poeira e umidificados com uma vasilha de água;
- Evitar travesseiros de pena e condicionador de ar.
Em casos de crise alérgica, o especialista indica a aplicação de compressas de água gelada sobre os olhos. "É importante consultar um oftalmologista caso as crises não cessem. Normalmente tratamos o paciente, nestes casos, com o uso de colírio antialérgico ou corticoide em casos mais graves", esclareceu Kill, que ressaltou que o colírio apenas deve ser usado com prescrição e acompanhamento médico, a fim de evitar outras doenças oculares.
É possível interromper o avanço da ceratocone?
Sim. Segundo o oftalmologista, o crosslinking é um método cirúrgico, que vem se mostrando bastante promissor no tratamento da doença, podendo até evitar sua evolução. "Seu objetivo é minimizar a progressão da doença, e, com isso, retardar ou até mesmo evitar um futuro transplante de córnea", disse o médico, que explicou que o processo associa vitamina B2 (riboflavina) com radiação ultravioleta para aumentar a resistência das fibras de colágeno da córnea em até 3 vezes.
Além disso, o procedimento pode ser feito também em pacientes que apresentam córneas mais finas, já que é possível passar pela técnica sem a retirada do epitélio, camada externa da córnea.
Conjuntivite
Não é apenas a ceratocone que pode apresentar complicações na estação mais florida do ano. O período também pode favorecer a conjuntivite. Para Kill, é preciso lavar bastante as mãos e evitar o compartilhamento de objetos como toalhas e a frequência em locais fechados a fim de prevenir a doença. "Caso o paciente apresente olhos vermelhos e lacrimejantes, inchaço ou visão embaçada, pode ser conjuntivite, portanto recomenda-se a visita a um profissional para o tratamento, que é realizado com colírios e compressas frias", finalizou o oftalmologista.